

Venha ouvir carão cantar
Na beira de uma lagoa,
Acauã quando entoa
Uma nota de pesar.
Um poeta declamar
Sextilhas, quadra, mourão,
Ouça acorde de pavão
Que é pra você entender,
Porque Não posso viver
Distante do meu sertão.
(Antonio Carneiro)


João de barro tem fama de pedreiro
O castor tem diploma de engenheiro
o adivinho da chuva é o carão.
O agrônomo da roça é o cancão
Asa branca tem pompas de princesa
Numa noite de lua, bem acesa
Sua mãe inspirada toca pinho.
A pessoa que prende um passarinho
Não está preservando a natureza.
(Antonio Carneiro)



Na galha seca do angico,
Bebe o belo tico-tico
Nas águas do bebedouro.
Pras bandas do logradouro
Canta feliz o carão,
E as astúcias do cancão
Preparando sua planta.
Toda passarada canta
Quando chove no Sertão.
(Antonio Carneiro)
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